Portugal é o sexto país europeu mais poluente. Reciclar não é a solução!

Portugal é o sexto país europeu mais poluente. Reciclar não é a solução!

 

Os números são assustadores e aludem a dados recolhidos em 2016. Se há dois anos atrás Portugal estava em 6º lugar dos países europeus mais poluentes, será que 2019 será o ano em que esse lugar decresce?
De acordo com um estudo da Eurostat, realizado em 2016, em Portugal foram produzidos 36.7 kg de lixo por pessoa, o que deu cerca de 367.000 toneladas de resíduos gerados num só ano.

Já paraste para pensar nos números a nível europeu?
Segundo o estudo e as estatísticas deste retiradas, na Europa são produzidos cerca de 31kg de lixo por pessoa, levando-nos a crer que só em 2018, tendo em conta que os Censos apontavam para 512.600.000 habitantes europeus registados, o continente europeu gerou 1.589.060 toneladas de lixo. Arrepiante!

Quanto deste lixo foi possível reciclar?

Segundo a EEA (European Environment Agency), Agência Europeia do Ambiente, a Europa recicla cerca de 39% da totalidade do lixo produzido nos seus países. Portugal encontra-se em 17º lugar na tabela, com apenas 19% do seu lixo a ser reciclado. Por sua vez, países como Áustria (63%), Alemanha (62%), Bélgica (58%), Holanda (51%) e Suíça (51%) ocupam os top 5 dos países com maior percentagem de resíduos reciclados.
Desta forma, é legítimo dizer que das 1.589.060 toneladas de lixo produzidas na Europa, em 2018, somente 619.733 toneladas foram recicladas. Onde vão parar as restantes 969.327 toneladas?

Reciclar, ao contrário do que as pessoas pensam, não é a solução para todos os males, inclusive numa era em que o impacto nefasto do plástico descartável requer uma atitude mais radical e revolucionária. O método mais eficiente, mas que também obriga a uma maior sensibilização, passa por reduzir o consumo.
Se há 10 anos atrás o foco era reciclar, atualmente o ponto fulcral centra-se na reflexão sobre os nossos hábitos diários e, consequentemente, num consumo mais consciente e moderado.
A regra dos três R’s da sustentabilidade não é novidade para ninguém, mas a sua verdadeira ordem é frequentemente esquecida. Como dita a norma, primeiro devemos Reduzir, a seguir Reutilizar e só depois é que vem o Reciclar. Estas três práticas visam minimizar o desperdício de materiais e produtos e ajudam a diminuir a extração de recursos.

É imprescindível termos consciência que a reciclagem não é o recurso ideal para combater o plástico, mas sim o último recurso, e isso passa por percebermos como a reciclagem funciona e informarmo-nos sobre os números reais. Sabias que, segundo a associação ambientalista ZERO, apenas 30% do lixo total produzido em Portugal, anualmente, é reciclado?
Os restantes 70% acabam em aterro ou são incinerados.

O problema poderá ser fácil de apontar ao governo que não impõe limites suficientes, ou às indústrias que produzem e apostam no plástico descartável. Porém, o foco principal que irá transformar a posição do plástico no grande factor de poluição mundial incide sobre o cidadão consumidor. No consumidor que opta pelo comodismo, pela conveniência e pela rapidez no acto de compra, descredibilizando a sustentabilidade, e no cidadão que continua a acreditar e a utilizar a reciclagem como desculpa para afirmar que é um cidadão ecológico.

A ecologia não passa só pela reciclagem, mas pela consciencialização que não podemos continuar a consumir, e consequentemente a descartar, nas quantidades absurdas e nefastas que se registam. É necessário abolir o plástico descartável e, principalmente, reeducar os consumidores que esta mudança depende essencialmente deles (apesar de não ser fácil). Se os fabricantes, os distribuidores e os comerciantes lucrassem ao utilizar embalagens mais sustentáveis e reutilizáveis, rapidamente veríamos uma mudança gigante no impacto ambiental dos nossos resíduos. 
Todavia, se olharmos para a solução mais eficaz (e mais difícil), os consumidores têm o entrave dos preços elevados sobre a oferta existente de produtos sustentáveis. Optar por um estilo de vida mais consciente e ecológico não deveria ser uma escolha condicionada pelo preço, mas estar à distância de todos os bolsos. Para sermos sustentáveis temos de fazer parte de uma elite?

Reduzir é a chave!

Reduzir, tal como a palavra o diz, consiste em diminuir a produção de resíduos, seja através da minimização do volume de fabrico, ou através da redução do desperdício. Ao reduzirmos o nosso consumo, o objetivo passa por comprar bens e serviços de acordo com nossas necessidades, a fim de evitarmos o desperdício desnecessário e adoptarmos um consumo mais sustentável, mais consciente e muito mais económico.

O que podes começar a fazer para economizares recursos naturais, protegeres o meio ambiente e poupares dinheiro?

  • Dá uma segunda oportunidade – compra usado ou troca entre amigos. Muitas vezes produtos usados são mais baratos e tão bons como se fossem novos. Desta forma vais contribuir para que um grande número de materiais, usados e abandonados, ganhem uma nova vida, ou simplesmente poderás ser tu a dar essa segunda oportunidade a algo. Lembra-te que qualidade é melhor do que quantidade!
  • Não caias em tentação – muitas vezes só precisamos de algo uma única vez, ou de lés-a-lés. Se necessitas, por exemplo, de um berbequim para pendurar aquele quadro que já tens encostado há meses, porque não alugar um ao invés de o comprares?
    Opta por pedir emprestado, aluga ou compartilha entre família e amigos. A Rnters, por exemplo, é uma plataforma que permite alugar qualquer item que precises por um curto período de tempo. Assim evitas o consumo por impulsão, o desperdício e poupas dinheiro. Uma ideia incrível não achas?
  • Dá o benefício da dúvida – assim que um produto se estraga, automaticamente pensamos em substituí-lo ou descartá-lo. Opta por mantê-lo e repará-lo, ou então doa partes e peças desse produto para quem quiser dar-lhes uma segunda vida.
  • Depois de Reduzir vem o Reutilizar – evita comprar produtos descartáveis e aposta nos reutilizáveis. Apesar de serem produtos mais caros, foca-te nos seus pontos fortes: a qualidade é melhor, são amigos do ambiente e têm um ciclo de vida maior.
  • Embalagens? Só em vidro, papel ou metal – escolhe produtos e serviços que não apostem em embalagens de plástico descartável. É importante revertermos esta situação para que o comércio e a distribuição comecem a utilizar menos embalagens, ou a substituí-las por matérias mais sustentáveis como o papel, o vidro e o metal.

Ajuda-nos a combater o plástico. Junta-te à SodaStream!

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